Introdução O mundo atual é energeticamente dependente de combustíveis fósseis. De acordo com Ayhan Demirbas [1], este tipo de combustível representa 80% das formas atuais de abastecimento de energia, no mundo todo. A denominação fóssil é referente ao período de formação destes materiais, oriundos de outra era geológica, através de processos naturais que duraram milhares de anos. Sendo assim, enquanto, atualmente, combustíveis fósseis como petróleo e carvão estão sendo gerados por calor e pressão no interior da crosta terrestre, estes estão sendo consumidos em uma velocidade muito superior. Consequentemente, especialistas apontam que as reservas mundiais de petróleo e gás natural são suficientes para manter o nível atual de abastecimento por mais poucas décadas [1]. Neste contexto, o desenvolvimento de processos tecnológicos que permitam a exploração de fontes renováveis de energia é de suma importância. Dentre as principais fontes renováveis de energia destacam-se as quedas d’água (energia hidráulica), os ventos (energia eólica), a luz do sol (energia solar), a crosta terrestre (energia geotérmica) e a biomassa (energia química) [1]. O termo biomassa se refere a qualquer material de origem viva, animal ou vegetal [1]. Dentre estes materiais, os lignocelulósicos (ricos em celulose, hemicelulose e lignina) representam um significante percentual, sendo a fonte de compostos orgânicos mais abundante da biosfera [2]. A aplicação de biomassa como fonte de energia vem se destacando nas últimas décadas pela grande disponibilidade, diversidade e versatilidade de substratos com elevado potencial energético [1]. A casca de arroz é um material lignocelulósico abundante, obtido como resíduo da produção agroindustrial de arroz. No mundo, a produção de casca de arroz alcança a marca de 80 milhões de toneladas por ano [3]. No Estado do Rio Grande do Sul são descartadas, anualmente, cerca de 1.027.400 toneladas de casca arroz, que tem como destino lavouras e rios [3],