Programa de história num contexto de mudanças

Um programa de História num contexto de mudanças sociopolíticas e paradigmáticas: a voz dos professores

Lana Maria de Castro Siman
Parte I

Podemos definir o papel da História como formadora de consciência e opinião. Este papel é alvo de disputa dentro do campo de posicionamentos em torno dela por uma melhor forma de compreendermos a História. Um exemplo disso é o combate contra as medidas do Regime militar que muito afetou o ensino da História, através de uma renovação que envolve a crítica da memória histórica e oficial e do ensino tradicional para que já, nos anos 1980, ofereça novas proposições conceituais e metodológicas para a História e a prática do ensino de História. Nas últimas duas décadas estamos situados num contexto mais democrático, onde a História procura responder as demandas concebidas neste cenário e abraça as novas perspectivas que marcam os anos 90.

A pesquisa e o seu contexto

Já no ano de 1984 o país passa por um processo de mudança no contexto político, o que significa que no campo da educação se iniciam uma série de modificações. Os professores de História passam a elaborar seus projetos de mudança de programa. No estado de Minas Gerais o projeto de programa possui uma base de influência marxista, profundamente oposta ao modelo positivista e conservador. O projeto foi posto em prática três anos depois sob uma série de críticas vindas dos setores tanto liberais quanto conservadores da sociedade, inclusive, surpreendentemente dos professores envolvidos em seu desenvolvimento.

Em busca de uma compreensão das reações dos professores e da descoberta das direções das mudanças desejadas foi realizada uma enquete, contando com a participação de 100 professores da rede Municipal de Belo Horizonte, visando responder às seguintes questões: Qual é a variedade de posições dos professores em face do programa e como eles a explicam? Em que medida as posições dos professores são influenciadas pelas perspectivas historiográficas e