professor
O problema do conhecimento nasce com o próprio advento da filosofia. Tales, reconhecido pela tradição como o primeiro filósofo, está preocupado em descobrir um principio (arché) único que estivesse em todas as coisas, e que para ele era água. É claro que o motivo era a tentativa racional de descobrir o que são as coisas e assim conhecer todas as coisas.
Nestas perspectivas viriam várias teorias como o indefinido ou o ilimitado de Anaximandro, o ar em Anaxímenes, e assim a primeira escola filosófica tenta definir qual seria o elemento ou principio primeiro de todas as coisas. Lógico que sabemos que eles estavam preocupados com o problema da natureza, mas também de certa maneira estavam se perguntando como podemos conhecer todas as coisas na realidade?
Para responder a esta pergunta surge em Éfeso, na Jônia, berço de nascimento da filosofia, um pensador chamado Heráclito, que diz que a realidade flui, nada é perene, por isto não podemos conhecer nada, porque tudo esta em movimento. Em oposição ao pensamento de Heráclito aparece a figura de Parmênides, pré-socrático da escola da Jônia, que diferente do pensador de Éfeso coloca a questão do imobilismo do ser, criando uma contradição no pensamento filosófico. Contradição percebida por Platão e que mais tarde se constituirá como um problema fundamental no seu pensamento.
Capitulo 1
Heráclito e Parmênides e o conhecimento.
Heráclito de Éfeso (540 a.C. - 470 a.C.), pré-socrático, dele só temos aforismas, entrou para a história da filosofia como um pensador obscuro pela dificuldade em decifrar suas sentenças. Para Heráclito a realidade está sempre em mudança, movimento e transformação.
Heráclito de Éfeso considerava a Natureza (o mundo, a realidade) como um “fluxo perpétuo”, o escoamento contínuo dos seres em mudança perpétua. Dizia: “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque as águas nunca são as mesmas e nós nunca somos os