o professor
Cristina Loureiro Chaves Soldera1
Educação não é só ensinar, instruir, treinar, domesticar, é, sobretudo, formar a autonomia do sujeito histórico competente, uma vez que, o educando não é o objetivo de ensino, mas sim sujeito do processo, parceiro de trabalho, trabalho este entre individualidade e solidariedade. (DEMO, 1996, p. 16)
O tema educação sempre esteve muito presente em minha vida, desde a infância.
O fato de ter avó e pais professores, com certeza, influenciou muito nas decisões relativas ao meu futuro profissional, assim como influenciava nas minhas brincadeiras de infância nas quais já expressava o meu sonho com o futuro profissional. Ou seria vocação? Predestinação?
Neiva cita um grupo de teorias psicodinâmicas demonstrado por Roe que
“Defende a ideia de que as primeiras experiências infantis no seio da família (satisfação e frustração de necessidades básicas) modelam o estilo que o indivíduo escolhe para satisfazer suas necessidades ao longo da vida, determinando seus objetivos e preferências vocacionais”. (NEIVA, 2007, p.17)
Mesmo após muitos anos (não cabe dizer quantos exatamente, mas mais de 20, com certeza) tenho a clara recordação de “adotar” trabalhos antigos, mas encadernados, dos alunos do meu pai e espalhar em cima da cama de casal, nomeando cada um dos cadernos como se fossem meus alunos e compondo a cama como minha sala de aula, com “espelho de classe” e tudo. Em frente à cama, pendurava no puxador do armário um pequeno quadro negro no qual desenhava minhas explicações e tarefas aos alunos fictícios. Era, sem sombra de dúvida, a brincadeira que mais me agradava. Até hoje me
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Fonoaudióloga, Professora Assistente do Curso de Fonoaudiologia da UFCSPA, Doutoranda em Gerontologia Biomédica IGG/PUCRS.
Revista Educação por Escrito – PUCRS, Edição Especial, jan. 2013.
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pergunto o motivo desse fascínio pela docência desde tão cedo. Seria identificação com os pais?