PRINCIPIOS
Autora: Irene Rizzin
De acordo com a autora, até o século XIX a criança ocupava uma posição secundária e desimportante na família e na sociedade. A partir da metade do século XIX o conceito de infância adquire novos significados, a criança passa a ser percebida como valioso patrimônio de uma nação, como chave para o futuro, algo que simbolizava esperança. Neste período algumas crianças começaram a serem tratadas como ameaças, pois se descobre na alma infantil elementos de crueldade. Qualificavam as crianças pobres da população como problema e solução. Problema devido à desordem e solução porque, a criança poderia ser moldada e educada como elemento útil para a nação. A infância era entendida de forma abstrata e específica como uma fase da vida sobre a qual se incute o bem ou o mal. O significado social da infância tinha a perspectiva de moldá-la de acordo com o projeto que conduziria o Brasil ao seu ideal de nação. A consciência de que na infância estava o futuro da nação, tornava necessário criar mecanismos que protegessem a criança dos perigos que pudessem desviá-la do caminho do trabalho e da ordem. Educar e cuidar da criança eram cuidar da nação, moralizá-la, civilizá-la.
Livro: Ordem médica e norma familiar
Autor: Jurandir Freire Costa
A infância partindo da ótica de Jurandir Costa é um processo de construção social. Segundo ele, a criança tinha uma posição instrumental dentro da família, no sentido de secundário. A infância simplesmente é inconcebível segundo o modelo católico colonial, pois a criança é apenas o resultado inevitável da concupiscência humana. Entre o adulto e a criança as ligações existentes eram da propriedade e da religião, não dando lugar a afetividade paternal ou familiar.
“A criança, até o século XIX, permaneceu prisioneira do papel social do filho. Sua situação sentimental relativa a posição que este desfrutava na casa. A imagem