Preço de transferência

Com a descentralização das funções, surge a necessidade de se estabelecer um preço de transferência de produtos e serviços entre centros de responsabilidade (mas só é denominado preço de transferência se pelo menos uma das partes da transação for um centro de lucro), de forma semelhante como ocorre entre empresas independentes.
Cada centro é responsável por uma parte da receita gerada pelo produto final. Não é fácil saber a agregação de valor de cada centro e, portanto, qual a parte dessa receita que lhe cabe, então o preço de transferência é uma maneira – certamente, não perfeita, mas o melhor que se puder fazer - de “distribuir” essa receita entre os centros de responsabilidade. Além disso, o preço de transferência tem a finalidade de auxiliar a unidade de negócio a otimizar custos e despesas, a ajudar a medir seu desempenho econômico e a alinhar-se às metas da empresa, sem que o sistema de precificação seja muito complexo de compreender ou difícil de administrar.
O princípio fundamental para o estabelecimento de um preço de transferência é que ele deve ser semelhante ao preço que se venderia para clientes externos ou se compraria de fora. No entanto, há controvérsias sobre como preços de venda devem ser definidos e, segundo pesquisas dos autores, poucas empresas seguem os fundamentos microeconômicos de maximização dos lucros (preço igual ao custo marginal).
Numa situação ideal, com os gerentes visando ao desempenho de curto e de longo prazo e à lucratividade, tendo liberdade, possibilidade e pleno conhecimento sobre essas possibilidades para decidir sobre comprar de fora ou vender fora, existindo um mercado para o produto ou serviço idêntico ao que é transacionado internamente e havendo contratos perfeitos e eficientes para transação entre as unidades, o preço de transferência poderia ser baseado no preço de mercado, que seria o custo de oportunidade de vender internamente, e induziria ao alinhamento de metas. No entanto, no mundo real há limitações. Pode