Preconceito linguístico

PRECONCEITO LINGUÍSTICO

Bagno, Marcos. Preconceito Linguístico – o que é, como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1999.

No item quatro do livro Preconceito Linguístico, do autor Marcos Bagno, fala-se do preconceito contra a linguística e os linguistas. O autor diz que as normas gramaticais tradicionas estabelecidas há mais 2.300 anos, desde antigamente até hoje, são passadas para os alunos, como se após todo esse tempo, ainda não houvesse nenhuma mudança na ciência da Linguagem.
Segundo o autor, as formas de ensino da Língua Portuguesa e as normas gramaticais arcaicas que já não se adequam aos tempos atuais, deveriam ser substituídas por novas concepções, assim como a Biologia, a Química e outras ciências evoluem, deixando de lado ideias ultrapassadas e dando lugar ao novo, as descobertas mais verossímeis.

Bagno afirma que a doutrina gramatical, mais velha que a religião cristã, passou incólume pela grande revolução científica que abalou os fundamentos do conhecimento e do pensamento ocidental a partir do século XVI. A Gramática Tradicional permanece viva e forte porque, ao longo da história, ela deixou de ser apenas uma tentativa de explicação filosófica para os fenômenos da linguagem humana e foi transformada em mais um dos muitos elementos de dominação de uma parcela da sociedade sobre as demais. O autor afirma que a língua deixou de ser fato concreto para se transformar em valor abstrato, o grande problema está na confusão que reina na mentalidade das pessoas que atribuem uma “crise” à língua, quando, de fato, a crise existe é na escola, é no sistema educacional brasileiro, classificado entre os piores do mundo.

Os lingüistas brasileiros, segundo Marcos Bagno, vem sofrendo ataques contra qualquer tentativa de democratização do saber e da sociedade. Os atuais detratores da ciência lingüística acusam os estudiosos da linguagem de defenderem o não-ensino das formas padronizadas do português, numa tentativa detalhada e sofisticada em duas ou