Preconceito contra quem mora em Favelas
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O preconceito contra quem mora em Favelas possui vários outros preconceitos embutidos. O preconceito de caráter social, econômica e racial. Segundo Agnes Heller (1970), a maioria dos preconceitos, embora nem todos, são produtos das classes dominantes, mesmo quando essas pretendem, na esfera do para-si, contar com uma imagem do mundo relativamente isenta de preconceitos e desenvolver as ações correspondentes. O fundamento dessa situação é evidente: as classes dominantes desejam manter a coesão de uma estrutura social que lhes beneficia e mobilizar em seu favor inclusive os homens que representam interesses diversos (e até mesmo, em alguns casos, as classes e camadas antagônicas). Dessa forma, quem imagina que quem mora em favela está livre de preconceitos por sofrê-los está enganado. Parafraseando Marx, a alienação burguesa é tão forte que pessoas que pertencem a mesma classe social não se reconhecem como iguais. Dessa forma, preconceitos oriundos da burguesia, como exemplo, “na favela só tem pobre!”; “na favela só tem bandido!”; “na favela só tem preguiçoso”; “não cresce na vida porque não quer”, dentre tantos outros comumente ouvidos e lidos, são replicados pelos próprios moradores de favela. Uma frase que facilmente se é ouvido em qualquer favela: “Aqui nesse lugar ninguém trabalha! Mas eu não, eu vou a luta todos os dias!”. Esse é um exemplo de um “preconceito que parte da esfera da cotidianidade”. E que, apesar de que na favela existem pessoas que não trabalham (assim como existe em qualquer lugar, independentemente de onde a pessoa more), tal reflexão pode partir de um “pensamento fixado na experiência, empírico e, ao mesmo tempo, ultrageneralizador.” Ultrageneralizador pois não há base científica e de números que justifique que, em uma favela como a Rocinha, de um milhão de moradores (valor estimado), apenas uma trabalhe. Na verdade, sabemos que muitos lá trabalham dignamente. E esse pensamento, que