Resenha Crítica - Entre Muros e Favelas
O documentário “Entre Muros e Favelas” é uma co-produção alemão-brasileira, produzido no Rio de Janeiro (RJ), que relata a vida e a morte nas favelas do Rio de Janeiro, através de depoimentos de moradores, movimentos sociais, ONGs e parentes e amigos das vítimas da violência.
Trata-se de testemunhos sobre mortes de inocentes, vítimas da grande violência, discriminados pela cor, idade e classe social, ocorridos nas ruas e becos das favelas. Que no documentário específico, são os morros do Caju, Borel e Mandela.
No documentário “Entre Muros e Favelas” o Estado aparece no mesmo patamar dos bandidos. A violência policial está no mesmo lado da violência do tráfico. Em um dos relatos, um morador diz que o Estado, assim como os bandidos, tem a mesma função, de matar, aterrorizar. Para os moradores, o Governo é ausente, deixando a cargo dos bandidos a função de “cuidar e proteger”, e quando o mesmo se faz presente nos morros, é através da violência policial com punições físicas e morais.
Podemos destacar no documentário o grande preconceito existente em torno dessa população pobre e favelada, discriminada pela própria mídia que divulga apenas a violência, como se na favela morasse apenas bandido. Em depoimento, uma das moradoras diz que mora num lugar, onde a imprensa só aparece para contar os mortos.
Diante disso, parece comum para a população que a polícia trate com violência moradores desses locais, sem ao menos permitir que o mesmo seja identificado, partindo do pressuposto de que ali só residam criminosos.
Uma das reivindicações dos moradores e das ONGs é que eles possam se identificar antes de sofrer qualquer tipo de abordagem, evitando que se pessoas inocentes sejam punidas equivocadamente. O movimento “posso me identificar?” busca o reconhecimento dos pobres e favelados como pessoas de direitos e deveres, igual a qualquer outra.
Sabe-se que os policiais que sobem o morro agem consoantes os limites impostos pela lei, cumprindo