antropologia
IX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação da Região Nordeste – Salvador – BA
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A Crítica de Cinema Como Objeto Histórico e Retórico: o Caso do Filme
Carandiru de Hector Babenco1
Regina Gomes2 – Universidade Católica do Salvador
Resumo
O artigo analisa as críticas acerca do filme Carandiru de Hector Babenco tomando-as como objetos históricos e retóricos que revelam, através de sinais, a sua época e os mecanismos argumentativos utilizados para conseguir a adesão dos leitores. O sistema conceitual utilizado remete para a estética da recepção de Hans Robert Jauss, para a retórica de Chaim Perelman e para a retórica da crítica de cinema de David Bordwell. O discurso das críticas sobre Carandiru se utilizou de manobras persuasivas para convencer o leitor e revelou sua conformação com o contexto histórico-cinematográfico da época, ou seja, a cobrança por filmes que melhor representassem as nossas mazelas nas telas.
Palavras-chaves
Crítica; Recepção; Retórica; Cinema Brasileiro
Corpo do texto
Pensemos, neste artigo, a crítica de cinema em três instâncias que se complementam. A primeira como representante do gênero jornalístico cuja função é a de informar, orientar e traduzir o filme para o leitor com objetividade, clareza e agilidade. A segunda trata da crítica cinematográfica como vestígio e alcance histórico da recepção do filme. Por fim, a terceira instância remete à sua função retórica, aos mecanismos persuasivos utilizados para conseguir a adesão do leitor.
Crítica de cinema é aqui compreendida enquanto gênero jornalístico, veiculada nos espaços reservados a ela em jornais, revistas e publicações eletrônicas. Mais precisamente a crítica produzida por algumas publicações brasileiras ao filme
Carandiru exibido comercialmente em 2003. A recepção, no presente contexto, carrega o sentido do alcance histórico e retórico que a película encontrou no período de