Pos-modernas no Brasil
Chegavam à exaustão os movimentos Concreto, Neoconcreto e Abstracionismo
Lírico. Eclodia um novo ciclo, ao qual ninguém se aventurava a chamar de pós-moderno, a não ser Mario Pedrosa, que percebia que a ruptura tinha sido plantada com o
Neoconcretismo.
“Hoje, em que chegamos ao fim do que se chamou de arte moderna (...), os critérios de juízo para apreciação já não são os mesmos (...). Estamos agora em outro ciclo, que não é mais puramente artístico, mas cultural, radicalmente diferente do anterior e iniciado, digamos, pela Pop – Art. A esse novo ciclo de vocação antiarte, chamaria de arte pós-moderna.”
(Mario Pedrosa in Entre dois séculos, pag. 285)
Ainda segundo Pedrosa, a essa nova vanguarda não interessava a expressividade, a subjetividade. Assim explica-se “a objetividade em si da Pop-Art, e a objetividade para si da Op-Art (nos EUA)”. Na nova figuração, o interesse é de narrar, passar uma mensagem.
A nitidez e a segurança desses conceitos mostram como a primeira metade da década de 60 fora suficiente para armar um panorama inteiramente novo no mundo da arte. Mas não se deve deixar de levar em consideração que a Pós-Modernidade deve ser entendida, antes de mais nada, como um conceito, e não como uma época linear na “linha do tempo”.
As molas da mudança tinham sido acionadas em meio à década de 50, quando o abstracionismo começa a apresentar um esgotamento. Em 1960, aparece o novo realismo, a aventura do objeto e os ready-made de Duchamp, juntamente à subida efervescente da PopArt.
A Pop-Art lidava com materiais previamente existentes e pré-codificados como fotografias, marcas registradas, histórias em quadrinhos, objetos e materiais de uso comuns, etc., e essa foi a grande diferença entre a Pop e os padrões que estavam estabelecidos até então. A Pop significou uma inovação estética, inspirada no mass media e no cotidiano da cidade, e tornou-se talvez o grande agente de transformação dos processos