Poder economico
Foi o dinheiro que abriu à burguesia das Províncias Unidas as portas da ascensão social. Com o tempo, a ascensão da burguesia de negócios foi consolidada pela educação, pelo casamento e pela dedicação aos cargos do Estado: graças à descentralização administrativa, eram os chefes das famílias burguesas quem dominava os conselhos das cidades e das províncias formando uma elite governante.
Foram-se quebrando, deste forma, os princípios da sociedade de ordens baseados nos privilégios do nascimento.
Deve salientar-se, em particular, a caso de ascensão social da família de Witt, a qual, aplicando os lucros do negócio da madeira na Companhia das Índias Orientais, conseguiu preparar os seus filhos para o exercício de cargos na administração da República e, na terceira geração, conseguiu que Jan de Witt personificasse o domínio claro da burguesia ao assumir o cargo de Grande Pensionário (espécie de primeiro-ministro).
Objectivo 13. Contextualizar a teoria do mare liberum
O Tratado de Tordesilhas, de 1494, havia ratificado o monopólio de Espanha e de Portugal sobre os mares e as terras, restando a opção de corso (pirataria autorizada pela autoridade de um país) aos outros estados.
No entanto, no séc. XVII, a doutrina do mare clausum (mar fechado) foi vivamente contestada, após a captura da nau Santa Catarina (embarcação portuguesa) por um almirante da Companhia das Índias Orientais holandesa em 1602. Hugo Grotius, na sua obra Maré Liberum, de 1608, argumentava que não se podia impedir as nações de comerciarem entre si e que o mar não podia ser pertença de ninguém. A polémica manteve-se acesa durante cerca de um século, com Serafim de Freitas a representar os interesses portugueses, para os quais reivindicava o “direito histórico” (direito aos territórios descobertos ou conquistados).
A defesa do mare liberum (mar livre), por Hugo Grotius, era, também, uma forma de