Plotino

Após os períodos pré-socrático e clássico as investigações metafísicas não encontraram ambiente para se desenvolver, só voltando a ser objeto de estudo com os neoplatônicos, entre eles, Plotino, o último dos grandes filósofos gregos. Apesar de receber pequeno espaço no nosso CRC, a filosofia de Plotino é profunda e autêntica. Se, não se pode resumi-la em nosso CRC, menos ainda neste fórum. Portanto, irei discorrer de forma muito concisa o meu entendimento sobre Plotino. A existência/realidade é concebida/explicada a partir de três hipóstases em um desdobramento hierárquico, onde o Uno ocupa o topo, o nous, ou inteligência, o nível imediatamente seguinte, e a alma o terceiro nível. Todo ser subsiste em virtude de sua unidade, a qual lhe é superior e, portanto, sua causa. O ser subsistente não tem existência autônoma, portanto, deve sua existência a outro ser, o qual lhe confere unidade e existência, este ser é o Uno-bem, de infinita potência. Entretanto, o raciocínio não pode captar esta potência infinita, e assim, o referimos dizendo o que ele não é, ou, por superlativos como super-pensamento ou super-vida. O Uno é causa de si mesmo e processão de todo o existente (o CRC utiliza o termo emanação; Reale & Antiseri utiliza o termo processão, pois há uma sutil, mas importante, diferença entre ambos). O primeiro termo pressupõe o Uno criando a partir de si, já o segundo, o concebe como o Uno como criando livremente a sim mesmo como potência infinita. (A diferença é que “emanação” pressupõe perda de energia; “processão” pressupõe a criação sem perda de nenhuma energia). A segunda hipóstase, ou substância, é derivada da primeira e Plotino a denominou nous, que segundo Reale e Antiseri é a inteligência suprema aristotélica, que contém em si todo o mundo platônico das Ideias, e também, como Espírito. (Reale & Antiseri, p. 360). O Espírito é como uma potência informe/matéria inteligível (etérea) que, para subsistir, deve voltar-se em contemplação do princípio que o