PLOTINO POR REINALDO ULHMANN
7390 palavras
30 páginas
O HOMEM E A LIBERDADE EM PLOTINOReinholdo A. Ullmann*
Resumo
Este artigo versa sobre o problema do homem e da liberdade em Plotino, baseado nas Enéadas. O filósofo licopolitano defende, como Platão, a preexistência da alma e, ao mesmo tempo, a liberdade de escolha entre o bem e o mal. O grau máximo de liberdade está na hênosis, isto é, na união mística, pelo êxtase, com o Uno. O autor também mostra que Plotino é panenteísta. Deus é chamado de “causa sui”, o que significa que o Uno é o que quer ser e não pode ser diferente. Nas considerações finais, destaca-se
Plotino como homem que serve de exemplo em busca da transcendência, em nosso mundo antimetafísico.
PALAVRAS-CHAVE: Enéadas. Liberdade. Plotino. Hênosis.
Abstract
This paper deals with the problem of the human being and the freedom in
Plotinus’ Enneads. Like Plato, he defends the preexistence of the soul and, at the same time, the capacity for choosing between evil and good actions. The highest stage of freedom is the mystical union with God. He is panentheist.
But a false idea of his cosmovision is the so-called apocatastasis. God for
Plotinus is causa sui; it means that the One is what He wishes to be and cannot be different. In Plotinus we see a man as a symbol looking for transcendence in our antimetaphysical world.
KEYWORDS: Enneads. Freedom. Plotinus. Henosis.
Introdução
Plotino representa uma fonte inesgotável e complexa de idéias que desafiam os estudiosos, os quais, não raro, divergem nas interpretações
* Doutor em Filosofia. Professor da Faculdade de Filosofia da PUCRS.
Teocomunicação
Porto Alegre
v. 38
n. 160
p. 252-269
maio/ago. 2008
O homem e a liberdade em Plotino
253
dos textos das Enéadas, por ser um autor difícil1. P. THILLET escreveu:
“La lecture des Ennéades n’est pas aisée; parmi les difficultés du texte, les unes sont liées à la doctrine, d’autres tiennent à la transparence du texte qui ne nous est connu que par des manuscrits assez tardifs, de qualité parfois douteuse”2. Tal