Plotino
Se o belo fosse simétrico, segundo ele, não seria possível admirar uma cor em específico, nem o ouro, nem o sol, nem a luz, assim ele descarta a ideia de uma beleza do todo e assume a ideia de uma beleza das partes. Plotino acreditava que, para uma coisa ser realmente bela, não basta a sua aparência geral, mas a harmonia precisa estar presente em cada detalhe.
Na beleza sensível (percebido pelos sentidos), o resultado final é belo quando a todas as partes são. Ao contemplarmos uma bela obra de arte, nela há simetria, harmonia entre as cores, elementos bem distribuídos, o mesmo acontecendo para a música, quando as notas e os instrumentos sincronizados formam uma melodia harmônica.
Plotino vai ainda mais longe, diz que a beleza sensível está associada e em comunhão às ideias. Algo que é percebido sem forma, sem ideia, que não é compreendido dentro do conceito do divino, é feio e estranho. "Tudo que não é dominado por uma ideia e por um pensamento é algo feio" (PLOTINO, Enéada I, 6).
Importante para compreender o belo é entender o seu oposto, a feiura, em contrapartida com tudo visto antes. Enquanto o belo é a ordem, a harmonia, a pureza, o feio é a desordem, a assimetria, a desarmonia, a impureza. Enquanto o primeiro agrada e integra à alma, o outro trás à alma intranquilidade e distancia.
O belo inteligível é a beleza absoluta, a beleza metafísica, a beleza que transparece na beleza sensível, que atravessa os corpos e reside em seu interior. É através do belo sensível que nos recordamos da beleza inteligível, pois vendo o belo nas coisas sensíveis e inteligíveis, a alma passa a admirar a própria beleza inteligível. Através do belo