Resenha: Plotino.
Plotino foi o maior filósofo do século III d.C. e foi por influência do filósofo Amônios, que começou a filosofar, aos 28 anos. Possuía uma aversão pela existência corpórea, sendo essa uma característica fundamental em sua filosofia. Essa aversão chegava a extremos como o desprezo por seu próprio corpo. Para ele, a existência no mundo terreno seria uma forma de exílio, uma maldição.
Plotino alegava ter tido contato com o divino, em uma vivência extática, onde sua alma ascendeu para além do mundo, e tenta exprimir o que viu, apesar de acreditar que a divindade é o “verdadeiramente indizível”, ultrapassando todos os conceitos humanos do ser. Por isso, parte para o caminho da negação, dizendo o que o divino não é. Seguindo por este caminho, acaba atribuindo características ao divino, relatando que ele é infinito, ilimitado, indivisível, não espacial, intemporal, sem forma, sem vontade, sem necessidade, entre outras coisas.
A partir daí, Plotino conclui que o real finito, tanto o sensível como o espiritual, é sempre uma multiplicidade. Portanto, a divindade é uma unidade, “o puro Um”, superior ao real finito, tanto o ser, quanto o espírito. O Um seria a origem de tudo e estaria contido em tudo. O mundo descenderia dessa origem, mas sem se separar dela. Com esse pensamento, Plotino descreve um processo, em níveis decrescentes de perfeição. O primeiro nível é o Um puro. Através da autocontemplação do Um, surge um segundo nível, o espírito (Nous) e o mundo das ideias nele contido. O terceiro nível, a alma-do-mundo, surge quando o espírito “lança seu olhar para baixo”, compreendendo em si uma grande multiplicidade. E desse modo, surge o cosmos, o mundo sensível finito e sua multiplicidade, dando origem ao quarto nível.
A matéria é definida por Plotino como o limite mais externo que a alma-do-mundo se coloca a si mesma. O homem é contido nessa processão com a