Pessimismo
Segundo as definições básicas de dois dicionários da língua portuguesa, pessimismo significa “filosofia ou sistema dos que não têm fé no progresso moral e material, na melhoria das atuais condições sociais” (Houaiss) e “tendência a encarar as situações e os acontecimentos somente pelo aspecto negativo; tendência para julgar tudo mau” (Aulete).
A primeira definição está ligada à visão filosófica de autores que não acreditavam no progresso dos seres humanos, já a segunda reflete o julgamento aplicado às pessoas em relação à atitudes positivas ou negativas. Há um vício que dominou a primeira década do século XXI, a autoajuda. De acordo com esta filosofia, na qual foram adicionados conceitos metafísicos, espíritas, neoliberais e até mesmo astrológicos, a pessoa que pensa positivamente consegue o que quer pelo simples fato de mentalizar seus anseios de forma positiva. Se alguém não consegue trabalho, está sempre doente, ou cabisbaixo, esta pessoa está muito negativa, ou seja, mentalizando e atraindo forças espirituais, econômicas e astrais negativas para seu âmago.
Um dos filósofos icônicos da escola pessimista foi Arthur Schopenhauer. O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de fenômeno. Esta noção leva Schopenhauer a postular que o mundo não é mais que representação. Esta conta com dois pólos inseparáveis: por um lado, o objeto, constituído a partir de espaço, tempo e o princípio de causalidade; por outro, a consciência íntima e subjetiva acerca do mundo, sem a qual este não existiria. Contudo, Schopenhauer rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade de a consciência alcançar a coisa em si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si em nível radical, o homem se experiência como um ser movido por aspirações e paixões. Estas constituem a unidade da vontade, compreendida como o princípio norteador