Fichamento – Nina Rodrigues: Um radical do pessimismo
Turma: 18212.3 Disciplina: Sociologia
Fichamento – Nina Rodrigues: Um radical do pessimismo
Lilia Moritz Schwarcz Nina Rodrigues foi um antropólogo, médico e professor da escola de medicina da Bahia, o qual destacou-se por possuir teses complexas a respeito das raças, defendendo a existência de diferenças entre os povos, afirmando que a mestiçagem era um sinal de degenerescência. Seu posicionamento foi influenciado por teorias do darwinismo e da antropologia criminal. Nina opôs-se à teoria do evolucionismo social, que afirmava que a perfectibilidade era possível para todos os grupos humanos, para ele, mistura de espécies era sinônimo de degenerescência, e era fundamental enfatizar a questão da diferença racial. Com isso, ele contrapôs a elaboração do código penal de 1894, pois em sua opinião ele era firmado em uma ilusão de igualdade, uma vez que não se podia cobrar de alguém algo que não possuíam. Ele alegou que fossem determinados códigos penais distintos, que permitissem menores responsabilidades a determinadas raças, sendo que essas não podiam conciliar evolução com seu desenvolvimento intelectual. Para Nina, a noção de crime é relativa, isto é, muda em função da idade, das raças e dos povos. Ele menciona que crimes são involuntários em certas raças inferiores, e que não se pode avaliá-los com os princípios de “povos civilizados”. Um dos pensadores que ele contestou, em razão de suas afirmações, foi Sílvio Romero, pois ele considerava que a raça branca ia predominar, alegando um branqueamento geral da população, o que é contra os princípios de Nina, que afirma que “o nosso futuro seria mestiço”. Para Nina, as raças puras estariam ameaçadas de desaparecimento, sendo a mestiçagem considerada o grande problema nacional. “Nenhum homem de bom-senso, bem esclarecido sobre os fatos, poderá crer que o negro valha tanto quanto o branco”, afirma o médico, evidenciando o desígnio de inferioridade do negro. Ele