Resenha Pessimismo Sentimental pt

Antropólogo estadunidense, Marshal Sahlins é conhecido especialmente por afirmar a existência de variedades e não graus de cultura, determinando assim o conceito de que a mesma é intrinsecamente plural. Em seu artigo O "pessimismo sentimental" e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um "objeto" em via de extinção (parte I), o antropólogo critica a postura dos que afirmam que a antropologia e o objeto de seu estudo estão desaparecendo isso, porém, sem deixar de reconhecer o quiproquó do ensino em relação à análise da cultura que são resultado do que ele chama de “fascinação pelo positivismo”. Destaca ainda que “sob pena de deixarmos de compreender o fenômeno único que ela nomeia e distingue: a organização da experiência e da ação humanas por meios simbólicos”, não devemos abandonar a cultura.
Sahlins ainda frisa duas das principais críticas feitas a ideia de cultura sendo a primeira a “demarcação das diferenças” e a segunda a asserção de extinção da antropologia. Desse ponto em diante, Marshal particulariza as diversidades entre as escolas antropológicas francesa, inglesa e americana e então passa a expor a origem da antropologia, seus objetos de estudo que passavam por um processo de modernização e incorporação de outras culturas a dos povos estudados e perda de sua própria, o que chamou de “pessimismo sentimental”. Para ele, um exercício fundamental para a antropologia é a “indigenização da modernidade” pois da forma que nos encontramos, o futuro da disciplina parece “discutível porque não consegue dar conta dos vários tipos de resistência cultural”.
Encontra então nesse processo de contato com o primitivismo e o capitalismo uma espécie de ajuste das sociedades à nova posição onde em vez de perder sua característica cultural, transmutam-na em algo mais intenso. A percepção do argumento cultural como objeto de estudo da antropologia e a interpretação de mudança de suas formas, partindo de um contato com as distintas compreensões de mundo.
Contrário