Período da Decadência
Chama-se "decadente" ao último período da filosofia grega que coincide com a própria decadência do mundo grego depois de um apogeu político e cultural. Em síntese, as filosofia deste período não têm o brilho clássico nem propostas novas e originais. Antes, quase sempre são sistemas místico-filosóficos, sincréticos, próprios de épocas de crise estrutural como foram os dois últimos séculos antecedentes à era cristã.
O estoicismo, do grego "stoá", que significa "pórtico", aludindo aos que ficavam às portas da cidade pregando sua doutrina, é extremamente individualista. Descrente dos deuses e da "pólis", o estoico volta-se para seu mundo interior, sobre si mesmo. Exalta a igualdade humana pela "razão" como forma de superar as identidades culturais e raciais da "pólis" destruída. Levanta-se agora um cidadão universal, sem família, pátria ou obrigações. Quer buscar a completa autonomia individual - autárquica e na prática das virtudes atingir a sabedoria.
O filósofo, ou sábio estoico, vivendo virtudes numa dimensão prática e racional, suprimira todas as paixões, fontes da dor, engano e confusão, pelo domínio de sua "natureza interior". O completo domínio das paixões leva as pessoas à "Ataraxia", a completa contemplação interior. O estoicismo é, portanto, um subjetivismo moral, e individualmente se torna o refúgio do grego dominado. É universalista enquanto exige a razão e a sabedoria como distinção de todo homem pensante. O sábio estoico não teme a morte nem os deuses - vive para si mesmo. O cristianismo incorpora a moral e o universalismo dos estoicos.
Já o epicurismo, que se forma a partir das ideias de Epicuro, abre uma outra perspectiva embora igualmente era moralizante e individualista. Afirma que o fim único da existência é o prazer, não compreendendo por isso o conceito de "pecado" e "devassidão" cristão, mas o completo ajustamento as leis naturais. O homem deve fugir de todas as situações de dor e sofrimento (pathos) até atingir a