Pequeno Tratados Das Grandes Virtudes
A justiça
“A justiça não existe”, diz Alain, “a justiça pertence á ordem das coisas que se devem fazer justamente porque não existe.” (p.69)
A justiça sem valor não valeria de nada. Existem duas definições para justiça, a conformidade ao direito e a igualdade. Nem toda lei é justa, mas a lei é o que é estabelecido, pois um juiz não pode julgar um caso baseado nas suas convicções morais ou políticas, porque a lei importa mais que o seu valor. Pois para Hobbes é a autoridade, não a verdade, que faz a lei.
Mesmo o poder estando na mão do povo não quer dizer que a lei seja justa, pois é a maioria é quem faz a lei, não os mais justos ou os inteligentes.
Lei é lei, seja justa ou não, pois uma sociedade não seria justa se apenas obedecêssemos às leis que aprovamos, mas nenhuma lei seria legitimada se não fosse necessário.
A justiça não pertence a ninguém, mas todos são moralmente obrigados a preservá-la.
E exigir homens iguais e livres é o princípio de toda democracia. Para ser justo é necessário não se botar a cima das leis, pois a justiça é um dom, pela qual cada um tem vencer a tentação oposta, pois o eu é injusto por si só, por se botar no centro de tudo. A justiça é o contrário do egoísmo e egocentrismo e sim uma qualidade.
Para Spinoza, é chamado de “justo” quem tem uma vontade constante de atribuir a cada um, o que lhe cabe. (p.83)
Para Hume a necessidade da justiça para manter a sociedade, é a única essência dessa virtude, mas ele afirma também que não há justiça sem ao menos um certo grau de igualdade, não igualdade de poder, sim de direitos, basta ter consciência e razão, sem precisar de ter força pra defende-la ou atacá-la.
Porem o que mais desejamos é que a lei e a justiça caminhem juntas, mas seria errado sonhar com uma legislação absolutamente justa. E Aristóteles nos mostra que a justiça não deve ser contida em uma legislação, por que o ápice da justiça é a eqüidade, igualdade entre indivíduos diferentes,