PEQUENO TRATADO DE GRANDES VIRTUDES
Curso: GESTÃO FINANCEIRA
Livro: PEQUENO TRATADO DE GRANDES VIRTUDES
Autor: ANDRÉ COMTE-SPONVILLE
Resumo do capitulo 1 – A POLIDEZ
A polidez é primeira virtude e a origem de todas, é também a mais pobre, superficial e discutível. Uma virtude puramente formal, de etiqueta. A polidez é um valor ambíguo, pois pode encobrir tanto o melhor quanto o pior. Mas é duvidoso, porque a polidez não tem pretensões morais e não há contraste entre a aparência de uma virtude e sua ausência, pois uma pessoa por hipótese é efetivamente polido.
Contudo, o contraste considerado isoladamente, é mais ético do que moral (ele explicaria mais a surpresa do que o horror, mais o espanto do que a reprovação). A polidez torna o mau mais odiável porque detona nele uma educação sem a qual sua maldade seja desculpável. Uma pessoa polida é educada, civilizada, bem criada, e com isso, não tem desculpa. Por exemplo, todos compreendem que uma parte da infâmia alemã esteve nisso, nessa mistura de barbárie e civilização, de violência e civilidade, nessa crueldade ora polida, ora brutal, mas sempre cruel. Diante da polidez, o importante antes de tudo é não deixar se enganar.
A origem das virtudes não poderia ser uma e talvez seja próprio da essência das virtudes a primeira delas não ser virtuosa. È considerada a primeira por não ter moral e nem poder. Há o que é permitido e o que é proibido, o que se faz e o que não se faz, a regra precedo e o julgamento e o funda. A descrição entre o que é ético e o que é estético só vira mais tarde, e progressivamente. Portanto, a polidez é anterior à moral ou, antes, a moral a principio é apenas polidez: submissão ao mundo a as maneiras do mundo.
A polidez é anterior à moral, a qual só se constituirá pouco a pouco, como uma polidez interiorizada, livre de aparências e de interesses, concentrada na intenção. A moral é como uma polidez d alma, um saber viver de si para consigo, ou seja, inversamente a polidez é como a moral do