pedagogia - história da docência
O texto A maquinaria escolar, aborda as condições sociais, políticas e históricas que permitiram que a escola fosse concebida como uma instituição capaz de abrigar a universalidade. Para isso, verifica-se o surgimento de instâncias fundamentais que favoreceram e legitimaram a escola nacional, tal qual a definição de um estatuto da infância. A palavra maquinaria, pode ser entendida como uma criação metafórica para esclarecer o processo de construção do ambiente escolar, e remete analogamente ao contexto de uma fábrica com a sua produção em série, em que os produtos são homogeneizados, e os que apresentam falhas são excluídos, por não seguirem o padrão de qualidade previamente estabelecidos e institucionalizados, naturalizados, excluídos por apresentarem desvios à norma.
“A universalidade e a pretendida eternidade da Escola são pouco mais do que uma ilusão. Os poderosos buscam em épocas remotas e em civilizações pres-tigiosas - especialmente na Grécia e na Roma clássicas - a origem das novas instituições que constituem os pilares de sua posição socialmente hegemônica[...] Os escassos estudos que procuram analisar quais são as funções sociais cumpridas pelas instituições escolares são ainda praticamente irrelevantes frente a história da educação e a todo um enxame de tratados pedagógicos que contribuem para alimentar a rentável ficção da condição natural da escola”. ( p.68) No texto também existe a preocupação por parte dos autores em discutirem a emergência do conceito de infância, a invenção da infância, a criação de um espaço específico destinado à educação das crianças, o aparecimento desse corpo de especialistas chamados de professores, o combate a outros modos de educação existentes na sociedade, possibilitando finalmente que a escola se institucionalize como instância obrigatória mantida pelos poderes públicos. A