Pedagogia da Essência
Bogdan Suchodolski (1907-1992) dividiu as manifestações pedagógicas em: as pedagogias da essência e as pedagogias da existência.
A pedagogia da essência foi iniciada por Platão e desenvolvida pelo cristianismo. Platão diferenciou no homem o que pertence ao mundo das sombras (o corpo, o desejo, os sentidos) e o que pertence ao mundo das ideias (o espírito na sua forma pensante). A pedagogia da essência procura pesquisar tudo que é empírico no homem e entender a educação como ação que desenvolve no indivíduo a sua essência "verdadeira".
O cristianismo segue esses rumos do pensamento platônico, inclusive as concepções de Santo Agostinho, considerando, evidentemente, as diferenças devidas. Nessa fase, há uma reafirmação do ideal dualista de homem e de mundo. Similar à educação em Platão, na pedagogia cristã deve-se buscar tudo o que aproxima o homem ao divino e evitar as coisas terrenas, mundanas. Com algumas restrições, São Tomás de Aquino também procura seguir a mesma linha de pensamento.
Porém, no Renascimento esses ideais pedagógicos cristãos e platônicos são questionados. A vida social, a tradição e principalmente a autoridade clerical são cada vez mais contestadas. Nesse período, surgem também as indagações sobre o que se entende por essência. Será ela única, universal e manifestada de forma semelhante em todos os homens ou há uma diversidade? Há construção, transformação da essência? Mesmo sob críticas e indagações a pedagogia da essência consegue ser mantida pelos jesuítas, através de uma orientação mais tradicional; e pela natureza, como algo liberal e laico.
A ideia central da burguesia, a “pedagogia da essência”, estava centrada na necessidade de consolidação da nova ordem:
“Escolarizar todos os homens era condição para converter os servos em cidadão, era condição para que esses cidadãos participassem do processo político, e, participando do processo político, eles consolidariam a ordem democrática, democracia burguesa, é