Partidos politícos
Para Jairo Nicolau - importante cientista político que publicou diversos textos sobre partidos, eleições, sistemas eleitorais e comportamento político – o Brasil deve ser considerado uma democracia plena. A cada dois anos acontecem, de maneira transparente, eleições em todo o território brasileiro, ora para cargos municipais, ora nos âmbitos estadual e nacional. O eleitorado inscrito para votar chegou em 2010 a 130 milhões de eleitores, e nos últimos vinte e cinco anos o país viveu a fase mais democrática de sua história.
Atualmente, os partidos são organizações formais e conhecidas. Além de possuírem símbolos, programas e sedes, precisam ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para participarem de uma eleição, recebem recursos do Fundo Partidário e têm suas contas auditadas pela Justiça Eleitoral. Nas democracias modernas, eles se diferenciam de outras organizações por serem os únicos que têm o direito de concorrer em uma disputa eleitoral, cumprindo o importante papel de fazer a ligação entre os cidadãos e o governo. Assim, angariam pessoas que desejam entrar na política e organizam as atividades do Executivo e do Legislativo.
Porém, a história política do Brasil e de outros países mostra que essas organizações já foram muito diferentes. Os partidos surgiram na Europa e nos Estados Unidos entre o fim do século XVIII e o começo do XIX, em um sistema ainda profundamente elitista. Havia restrições de renda, sexo e escolaridade, que visavam basicamente a coordenação de interesses locais no interior do Legislativo.
O sistema político que funcionou no Brasil, particularmente durante o Império (1824-89), se assemelha muito à vida política européia do período citado. O contingente de adultos aptos a votar era bastante reduzido. No âmbito local eram eleitos os vereadores das Câmaras Municipais, nas eleições provinciais eram escolhidos os representantes das Assembléias Provinciais, e no âmbito nacional a