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A par da constatação da exigencia da interdisciplinaridade na área da saúde, considera-se que esta é necessária no seio da própria psicologia, em função de sua grande multiplicidade. Multiplicidade dada pelos diferentes aspectos e dimensões dos saberes e práticas, resultantes da atuação em áreas antigas e novas, decorrentes do contato com novas populações e demandas que exigiram conhecimentos e linguagem específicos (Figueiredo, 1993).
Karli (1981), em artigo sobre a necessidade e dificuldade da interdisciplinaridade em psicologia, propõe que a necessidade deve ser considerada em relação aos objetivos que se visam, e sugere que ela emerge quando se trata de apreender uma realidade em todas as suas dimensões e interrelações, e, especialmente, quando o saber em questão deve sustentar e enriquecer uma prática que atue sobre uma realidade muito complexa - neste caso, a área da saúde.
Entendemos, pois, que a participação da psicologia na área da saúde, no panorama atual, não deverá se constituir em mais um campo específico de saber, mas deverá promover a interdisciplinaridade na compreensão do homem que vivencia o processo saúde/doença; promover uma interdisciplinaridade que contribua para a superação de diferenças substanciais entre diferentes disciplinas quanto aos critérios de saúde, ideologia, linguagem técnica, modelos de ação, objetivos e enquadres, diferenças que têm conduzido a divergências quanto ao enfoque do registro, da priorização e da interpretação dos dados no que diz respeito "ao estar doente", "a cura" e "ao ter saúde" (Ferrari, Luchina e Luchina, 1977).
Enfim, propomos uma prática interdisciplinar que incorpore os diferentes saberes psicológicos e outros campos de conhecimento que possam contribuir para uma epistemologia da convergência e não da dissociação do