Objetividade e subjetividade
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A objetividade é a virtude com qual sonha toda ciência e filosofia, a ilha dos bem aventurados, o continente ainda não descoberto, a órbita de todos os astros! Essa imparcialidade tão sonhada para com a verdade, a indiferença para com os sentimentos e impulsos mais dominadores.
Se por um lado somos incapazes de superar nossa condição humana subjetiva, repleta de limites de percepção e necessidades fisiológicas; limites emocionais produto da apreciação e depreciação dos fenômenos do mundo, que fazem-nos posicionar a respeito de algo a partir da inclinação e prazer ou aversão e desprazer, nos impossibilidade o conhecimento objetivo. Por outro é a própria subjetividade que da cor, brilho e sentido à vida, à existência. Independente da cor e brilho, do sentido, é nossa capacidade e necessidade de atribuir valores e significados que torna a existência algo simplesmente magnífico, independente se seja ou não.
Supondo que pudéssemos eliminar da condição humana todas as paixões, vícios, sentimentos e tudo aquilo que nos afasta da objetividade, exceto condições puramente biológicas, não faríamos de nós mesmos seres desprezíveis? Sequer poderíamos ser chamados de seres, seríamos apenas objetos.
Ao eliminar tudo aquilo que pertence à esfera do subjetivo, eliminaríamos conjuntamente tudo aquilo que caracteriza o ser no mundo - toda a arte, da música à literatura, das artes cênicas às artes plásticas... e assim tiraríamos da vida toda sua prodigiosa exuberância. Não restaria nem mesmo a ciência, restando apenas a objetividade, esta não nada seria sem o impulso criador, a vontade de verdade, o sentimento que nos impulsiona em direção ao desconhecido, ao longínquo, como desbravadores por terras e mares desconhecidos, cheio de perigos... Ah se não fosse o prazer pelo perigo, pela aventura, o deleite da