Nietzsche e a Genealogia da Moral

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Nietzsche e a Genealogia da Moral

O que Nietzsche chama de período da transvaloração dos valores é assim denominado por que é nele que a idéia de valor é submetida a uma transformação. É, na Genealogia da Moral, que Nietzsche mostra como se dá a gênese do cristianismo, como aquele que coloca em prática a política de vingança iniciada pela religião judaica, na figura do sacerdote. O método de análise utilizado pela genealogia mostra que esta tem como ocupação os conceitos, pré-juízos, sentimentos em suas considerações sobre a moral e até podia empregar, eventualmente, o termo “valor” ou a expressão “apreciações de valor”. Esta noção de valor opera uma subversão crítica, pondo, de imediato, a questão do valor dos valores e esta, quando é colocada, suscita a pergunta pela criação dos valores. Se o valor dos valores “bem” e “mal” não chegou a ser posto em questão, é porque eles foram vistos como existindo desde sempre: instituídos num além, encontravam legitimidade num mundo supra-sensível.
O fraco concebe primeiro a idéia de “mau”, com a qual designa os nobres, os corajosos, os mais fortes do que ele — e então, a partir dessa idéia, chega como antítese à concepção de “bom”, que se atribui a si mesmo. O forte, por sua vez, concebe o princípio “bom” a partir de si mesmo e só depois cria a idéia de “ruim”. Para o forte, “ruim” é apenas uma criação secundária; para o fraco, “mau” é a criação primeira, o ato fundador da sua moral.
A afirmação do fraco só advém com a negação daquele a quem não há a possibilidade de se igualar. Negação e oposição: essa é a lógica da moral do ressentimento, onde força e maldade são confundidas. Enquanto isso a moral dos nobres surge da afirmação e, mais, da auto-afirmação, como uma condição inerente pertencente ao forte. Dessa perspectiva, “ruim” indica os desprezíveis, os indignos de serem inimigos. O valor “bom” que se encontra numa moral não é, pois, idêntico ao que está presente na outra; é o seu contrário.
A maneira nobre de

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