Nietzsche, Freud e Marx foram os três pensadores que em muito contribuíram com o fim das certezas estabelecidas pela modernidade. No pensamento destes três gênios, homens e mulheres se tornam pequenos à medida que percebem que não controlam completamente suas ações, que mesmo o seu “Eu” depende de inúmeras forças que não controla. Antes o homem se via como centro do universo e, na caminhada do século XIX para o século XX, se vê limitado pelas condições materiais, guiado por impulsos inconscientes quase incontroláveis e construído por “Vontades de Potência”, forças que compõe tudo que existe, mas que são livres e independentes dos interesses individuais. Neste momento o homem se engrandece, pois percebendo seu real tamanho se vê motivado à mudança, a mudança não é simplesmente uma vontade, mas uma necessidade. Freud, Nietzsche e Marx estabelecem as bases dessa mudança, quer seja no plano das ações individuais (Nietzsche), quer no plano psicológico (Freud) ou social (Marx). Aliás, como muitos discípulos de um deles perceberam, a mudança deve ocorrer dentro dessas três perspectivas, caso contrário não seria uma mudança real. Mas embora toda essa importante contribuição, os três autores não chegaram a dialogar e, como diria Nietzsche, a promover encontros positivos que chegassem a resultar numa recomposição nova e revigorada das forças. A este papel couberam seus seguidores. Neste sentido, há amplos diálogos entre o Freudianismo e o Marxismo, o que já se constituiu como uma importante corrente da esquerda, e até mesmo entre as correntes Freudianas e Nietzschianas. Mas um diálogo entre o Marxismo e o pensamento de Nietzsche, se existe, me parece estar ainda numa fase embrionária. O que pretendo aqui é propiciar o encontro e debate destes pensamentos, que de tão ricos talvez seja impossível compreendê-los neste curto espaço, e, num outro momento, articulá-los com o campo da educação, campo importante tanto para um quanto para outro.