Naíde teodósio
À médica Naíde Teodósio (1915-2005,) que dedicou a vida à luta por uma sociedade justa e igualitária. No âmbito científico, a Dra. Naíde orientou suas pesquisas para erradicar as desigualdades sociais, com especial enfoque ao combate à desnutrição. Publicou mais de 50 artigos científicos em revistas nacionais e internacionais e fundou o Laboratório de Fisiologia da Nutrição no Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, hoje Laboratório Naíde Teodósio.
A médica e pesquisadora Naíde Regueira Teodósio, 89 anos, viúva, é um exemplo de mulher decidida quando assume uma causa que considera justa.
Na década de 40, ao discordar do Estado Novo de Getúlio Vargas, sofreu discriminação como os judeus: foi proibida de freqüentar os hospitais mesmo sendo estudante de Medicina. Mas, como era funcionária na Assistência aos Psicopatas, conseguiu entrar nas unidades de saúde como exigia a faculdade.
Atualmente, Naíde ainda tem esperança de ver o país com condição de vida melhor para as pessoas mais pobres. “Diante das circunstâncias, hoje vividas no Brasil, minhas expectativas não eram diferentes do que está sendo realizado pelo governo Lula. Entendo que a situação internacional é complexa e difícil para qualquer país do Terceiro Mundo e a situação interna é na verdade de profunda desorganização do povo que se encontra desmobilizado. Há muita desorganização das contas públicas, da economia e do Governo”, afirma.
Nascida em Sirinhaém, interior pernambucano, de família pobre, Naíde, através do esforço do seu pai, conseguiu estudar internada no Colégio da Sagrada Família, naquele município, que foi, para ela, sua iniciação no mundo da cultura, aprendendo até a falar bem o francês.
Contra a vontade do seu pai, resolveu, audaciosamente aos 16 anos, vir para o Recife, a fim de trabalhar e estudar, conduzindo duas irmãs mais novas. Naíde não aceitava casar e ser simplesmente dona-de-casa,