Crack E Outras Drogas
Por Maira Baracho
12/06/13 | 09:06
Mais de 800 mil pessoas declararam ter usado a droga no Nordeste em 2012
(Imagem: Agência Brasil)
O Nordeste concentra 800 mil usuários de crack, cocaína e outras drogas derivadas da mesma substância. O número equivale a 27% dos consumidores da droga no Brasil e coloca a região como a segunda maior em número de usuários do País, ficando atrás apenas do Sudeste, onde o índice chega a 46%. Em 2012, 832 mil pessoas afirmaram ter usado a substância no Nordeste. Os dados são do 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), estudo que revelou que o Brasil concentra 20% do consumo mundial de cocaína e que 1 milhão de pessoas são dependentes da substância no país, sendo 38% pela droga fumada.
Seguindo um fluxo de mudança de cenários e deixando de ser um problema apenas das camadas mais pobres da população, o crack chegou às classes média e alta e tem cada vez mais espaço na mídia e nas discussões dentro da sociedade, afirmando-se como um problema não só de saúde pública, mas também social. A falta de informações sobre o tema, o preconceito e o despreparo do poder público no enfrentamento à dependência da droga ampliam seu poder de destruição e os danos causados por seu consumo.
Para Antônio Nery Filho, da UFBA, a droga é um grande objeto de interesse da mídia
Para o psiquiatra e coordenador do Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas da Universidade Federal da Bahia (Cetad/UFBA), Antônio Nery Filho, a droga é um grande objeto de interesse da mídia, que transformou seu consumo em fenômeno social. “O curioso é que a mega difusão do consumo de crack leva ao aumento do consumo (efeito propaganda), pela população geral, o que por sua vez justifica a exposição, num círculo de expansão contínuo. Contudo, muitos trabalhos mostram que o uso de crack é mais prevalente nas populações