Mutilação feminina
UNIVERSIDADE DO MINHO
Ensaio
Mestrado em Sociologia
Ramo Desenvolvimento e Políticas Sociais
Ano lectivo 2009-2010
Universalismo versus Relativismo
A Mutilação Genital Feminina
Disciplina: Justiça e Reinserção Social
Docente: Manuela Ivone Cunha
Joana Machado Correia Oliveira, PG 15611
Braga
Maio, 2010
Universalismo vs Relativismo, Direitos vs Cultura
O Caso da Mutilação Genital Feminina
Durante muitos anos achou-se que as diferentes culturas estavam bem definidas, distintas, homogéneas e estáveis. Contudo, esta perspectiva tem sido posta em causa, principalmente desde a Segunda Guerra Mundial e com a intensificação da globalização das culturas acompanhada da imigração económica e de refugiados que transformaram as sociedades em sociedades multiculturais. Desde aí percebeu-se que as diferentes culturas não são estanques nem estão bem definidas, muito menos integradas.
Esta pluralidade étnica e cultural provoca conflitos com os valores, ditos universais, nos estados modernos liberais e ocidentais, como por exemplo na França. A sociedade francesa defende o universalismo e a assimilação, ou seja, defende um imperialismo cultural que tem em vista a uniformidade cultural. Os imigrantes devem ser culturalmente assimilados e devem abandonar todas as suas especificidades e características culturais para passarem a adoptar a cultura dominante do país que os recebeu pois, segundo esta perspectiva, é a única forma de obter uma sociedade homogénea e livre de conflitos.
Temos assistido a tomadas de posição extremadas entre o relativismo e o universalismo cultural em relação aos direitos humanos. A posição relativista nega a possibilidade de qualquer tipo de formulações universais em relação aos direitos humanos e chega a afirmar que a posição universalista põe em causa o direito à diferença cultural uma vez que impõe determinados direitos ocidentalizados como universais. O relativismo defende que as culturas são fechadas à mudança e