Movimento indigena no Brasil
"A gente vive massacrado dentro do que é da gente mesmo. Temos que ter muito cuidado. Senão eles acabam de matar nós. A gente não dá lucro. Para dar lucro para o município, a gente teria que acabar com o mato. E índio gosta é de mato. Quando o índio entra no mato logo fica alegre."
O caput do artigo 231 da Constituição Federal afirma o reconhecimento da organização social dos índios, seus costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, atribuindo à União o dever de demarcá-las. O artigo 232 afirma os índios, suas comunidades e organizações como partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses.
O reconhecimento legal da cidadania dos índios abriu espaço para a ampliação do movimento indígena em termos de organizações efetivamente atuantes e consequentes, na luta pela garantia da terra e dos demais direitos das populações indígenas no país.
Há quase 500 anos os índios vêm lutando pelo direito de viver com dignidade e liberdade em sua própria casa. No início, escravizados; depois, expulsos para longe de suas terras; após, perseguidos e massacrados, acuados em áreas cada vez menores e menos viáveis; sempre desrespeitados como pessoas, tendo violados seus direitos à saúde, à educação, à subsistência, à preservação cultural e física.
Esse processo de violência e exploração veio sempre acompanhado por movimentos de resistência e de enfrentamento, seja de forma organizada regional ou globalmente, seja de forma individual ou pontual.
Movimentos Indígenas Brasileiros
• CAPOIB
Atualmente, o principal movimento indígena organizado em nível nacional é o Conselho de Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Brasil (CAPOIB), criado em 1992, em Brasília, no contexto da discussão da proposta de um novo Estatuto do Índio, por 300 lideranças nacionais.
O CAPOIB organiza-se através de uma Assembléia Geral e de uma coordenação executiva