Movimentos indígenas no brasil e a questão educativa.
Relações de autonomia, escola e construção de cidadanias
Situando a questão
Sabe-se que a educação, sem dúvida, tem sido um aspecto fundamental a perpassar esse meio milênio, tanto para o projeto invasor, quanto para os povos invadidos. Basta lembrar o grande esforço educativo desenvolvido pelos jesuítas desde a chegada das caravelas portuguesas neste continente. Da parte dos povos nativos, estes procuraram manter seus processos educativos próprios de todas as formas. Mesmo nas fugas, refúgios ou na escravização, procuraram recriar espaços que possibilitassem construir e reconstruir sua história, seus valores e seus projetos de vida, educando as futuras gerações.
A emergência dos movimentos indígenas e suas estratégias organizativas
Um primeiro, interno, dos povos indígenas que se encontravam, na sua quase totalidade, em uma situação extrema, tendo seus territórios invadidos ou tomados, suas expressões culturais ridicularizadas e desprezadas; enfim, sendo condenados compulsoriamente ao extermínio enquanto povos etnicamente diferenciados. Um segundo, externo, da sociedade majoritária, envolvente, onde começava a se articular um movimento de resistência e oposição ao regime militar ditatorial que se havia implantado no país. Foi o momento em que emergiram novos movimentos e atores sociais, que aos poucos foram criando e desenvolvendo estratégias de luta para mudança e transformação da realidade sociopolítica e econômica do país. Um terceiro, continental, e mais especificamente centro e sul-americano, onde se dava um embate muito forte entre os setores da sociedade em diversos países. Por um lado, buscava-se a implantação de novos modelos políticos e econômicos (a partir do paradigma socialista); por outro, explodia a reação violenta das classes dominantes, impondo regimes ditatoriais, instaurando a repressão, perseguição, tortura e violência institucionalizada.
Os movimentos e