Mortalidade durante o trafico Negreiro
A pesquisa que originou este trabalho debruçou-se sobre a mortalidade escrava e o impacto do tráfico negreiro sobre esta população no Rio de Janeiro. Ela tem a tarefa de investigar as condições de vida que os cativos levavam na cidade, assim como suas condições de transporte desde sua saída da África até o porto de destino, mais precisamente mostrar a importância do tráfico negreiro no sentido em que esta atividade introduzia uma série de doenças no Brasil aumentando assim a mortalidade da população escrava na cidade.
O tráfico de escravos existe desde o período colonial. Quando a mão-de-obra indígena não supriu mais as necessidades dos colonos foi substituída pelo trabalho escravo de pessoas negras vindas da África. Este comércio de “almas” intensificou-se no século XIX com a abertura dos portos. Os escravos eram arrancados de sua própria terra, de seu lugar de origem para serem escravizados privados de toda liberdade. Ao serem transportados para os lugares os quais destinavam-se, tornavam-se vulneráveis a todo tipo de perigo e risco contra as suas vidas. Vidas que foram perdidas por inúmeros motivos, pela ganância de um comércio.
Nesta importação continuada de escravos, o medo, a fome, a sede, a sensação de vazio e desespero figuravam-se como seus companheiros, sem mencionar as doenças que se manifestavam nos navios em razão das más condições em que estes negros eram transportados. Moléstias como disenteria e varíola liquidavam uma grande parte da carga de escravos no tráfico. Inúmeras doenças foram introduzidas no Brasil durante o período do tráfico negreiro.
O interesse em desenvolver um estudo sobre os escravos especificamente sobre as doenças e a mortalidade dos mesmos na travessia atlântica e o impacto epidemiológico no desembarque é mostrar uma outra visão da escravidão, fugir um pouco das questões políticas, econômicas que os cercavam e voltar para questões sociais como a saúde.
É uma nova perspectiva sobre a escravidão, um novo