trafico negreiro e a corte
A cafeicultura foi em parte responsável pela intensificação do tráfico negreiro, e fez com houvesse no porto do Rio de Janeiro maior concentração de escravos importados, para serem enviados às regiões onde havia as plantações de café, as áreas urbanas e as que estavam relacionadas à cafeicultura, onde haviam outras lavouras de outros gêneros alimentícios, mineração, pecuária e produção de açúcar.
Aproximadamente, 80% dos cativos vinham do Congo, de Angola, ou Moçambique.
Na África, o escravo chegava primeiro às mãos dos mercadores nativos, geralmente como prisioneiro de guerra ou oferecido como pagamento de tributo a um chefe tribal.Esses mercadores levavam-nos até ao litoral, onde seriam comprados pelos agentes dos traficantes portugueses.
Devido às péssimas condições sanitárias nos porões dos navios negreiros, muitos morriam na travessia do Atlântico.
Os escravos a bordo dos navios negreiros eram considerados uma carga como outra qualquer.
Outro risco do tráfico eram os naufrágios e os piratas que existiam no Atlântico Sul.
Na década de 1820, os jornais do Rio de Janeiro registraram dezesseis ataques de piratas a navios negreiros, a maior parte de corsários norteamericanos.
Um desses navios, o Estrela do Mar, foi roubado no porto de Malembo.
Perdeu todos os 213 escravos que tinha a bordo.
Apesar da taxa de mortalidade no percurso até o Brasil ser altíssima, e dos riscos que envolviam o tráfico, era um negócio muito lucrativo e o Estado arrecadou muito dinheiro através de impostos.
Em 1810, um escravo comprado em Luanda por 70.000 réis era revendido no Distrito Diamantino, em Minas Gerais, por até 240.000 réis.
No Rio de Janeiro, os traficantes de escravos eram empresários proeminentes.
Exerciam influência na sociedade e nos negócios do governo.
Na corte de D. João, eles de destacavam entre os grandes doadores, recompensados com honrarias e títulos de nobreza.
Um exemplo disso é o caso do traficante Elias Antônio