Montaigne e "dos canibais"
Héctor Jacques Giovani Lima Santos (PIBIC//Unioeste), Angela Maria da Silva
(PIBIC//Unioeste), Gilmar Henrique da Conceição (Orientador), e-mail: gilmarhenriqueconceicao@hotmail.com. Universidade Estadual do Oeste do Paraná/Centro de Ciências Humanas e Sociais /Toledo, PR.
Área e subárea do conhecimento conforme tabela do CNPq/CAPES
Ciências Humanas: 70000000
Filosofia: 70100004
Palavras-chave: Alteridade, Subjetividade, Ceticismo.
Resumo:
Após o desenvolvimento do meu projeto de iniciação científica centrado no texto “Dos Canibais”, (Ensaios I, 31) objetivando elaborar o melhor jeito de começar este artigo, me dei conta de que não há outro modo adequado, a não ser seguindo os moldes do próprio filósofo. Portanto, tomarei de empréstimo seu modo de filosofar e sua absoluta sinceridade, refletindo a partir de si mesmo. Com esse modo de filosofar, ou de fazer “a pintura de si”, argumentamos que Montaigne entende que a filosofia ocorre como movimento de retorno para si mesmo. Parece antecipar assim o pensamento moderno ao entender a filosofia, a partir do próprio sujeito. Sujeito este que não é substância, nem vazio: é um sujeito que se revela no ato da escrita. Com esta premissa, como pensar a proposta do outro, nos termos da filosofia montaigniana? O outro é constitutivo da identidade do eu e Montaigne se esforça para ver as coisas do ponto de vista dos outros. No texto “Dos canibais”, Montaigne critica a conquista do Novo Mundo e se interroga sobre o valor moral destas expedições e chega mesmo a defender a superioridade moral dos “canibais”. Montaigne avalia que cada qual chama de barbárie aquilo que não é de seu costume, ou seja, ele questiona o sentido dos termos “bárbaro” e “selvagem”, que escondem nossa incapacidade de reconhecer os valores de outros povos, sob a justificativa de que temos “superioridade” sobre eles.
Introdução
Após o desenvolvimento do meu projeto de iniciação