Montaigne
ATIVIDADE COMPLEMENTAR DE ANTROPOLOGIA I
VIÇOSA - MG
31 DE MARÇO DE 2015
A descoberta de novo mundo trouxe à baila diversas questões de cunho ideológico, a maior dessas, portanto, foi o encontro entre os “selvagens” ameríndios e o europeu civilizado. Esse encontro foi marcado por grande estranheza cultural por ambas as partes. Os costumes indígenas nada se assemelharam com o modo de vida europeu, esses por sua vez, buscavam compreender essa exótica sociedade que se apresentava diante dos seus olhos. Entretanto, compreende-la era uma tarefa árdua para os europeus, pois seu olhar estava saturado de crenças religiosas e etnocêntricas que os impediam de constatar o quão complexas eram as relações que imperavam nas comunidades ameríndias.
No ímpeto de decifrar essas comunidades, vários intelectuais se dedicaram a estudá-las e em meio a esses estudos não raro era possível encontrar denominações absurdas a seu respeito, chegou a se especular se tais criaturas possuíam almas e até mesmo se eram de fato humanos.
Ademais, algumas correntes ideológicas como o evolucionismo generalizavam a questão evolutiva das sociedades e diversos postulados evolucionistas eram benquistos por intelectuais da época, apesar de desconsiderarem que cada sociedade possuía suas próprias etapas evolutivas. Em contrapartida, os anti-evolucionistas evitavam comparações entre culturas para justificar etapas evolutivas. Consideravam cada cultura a partir de seu contexto especifico (PELTO, 1984).
Para além do contexto evolutivo, um dos responsáveis pela mudança nessa maneira de compreender a diversidade cultural humana foi Michel de Montaigne (1533 – 1592), graças a Montaigne, nasceu o mito literário do bom selvagem, a valorização do homem natural que vive longe da civilização. Os ensaios de Montaigne descrevem os índios brasileiros de modo peculiar valorizando sua cultura, ornamentos, rituais, entre outras características, que deixam claro