Canibais Montagner
Salvador, BA
2013
A descoberta da America não foi apenas um acontecimento que mudou definitivamente a representação geográfica do planeta. Foi também uma revolução na mentalidade européia, pois o encontro com os índios deu nascimento a uma nova percepção de ideias que tinha entre outros objetivos redefinir os princípios de organização social na Europa.
Conforme Achugar:
Esforço fundacional que, dito de passagem, constitui-se sempre a partir de um tempo posterior ao do tempo histórico, em que se supõe foi realizado o mencionado esforço, já que o que é fundacional caracteriza-se como tal pelas gerações posteriores, quando começam a construir ou reconstruir o passado e localizar, no passado, um momento que, talvez, não tivesse o significado que o presente lhe atribui, inventando, desse modo, o começo da memória. (ACHUGAR, 2006. p. 202)
Um dos responsáveis pela mudança na maneira de compreender a diversidade cultural humana, o escritor Francês Michel de Montaigne (1533-1592), comenta sobre o alcance da descoberta do novo mundo, que havia recebido o nome de França Antártica, trazia junto consigo um homem simples e rude que o informava sobre os acontecimentos e levava até você pessoas que o ajudariam na comparação dos mundos ( Velho e Novo) e dos povos (civilizados e selvagem).
Trata-se dos habitantes de uma tribo brasileira, conhecida com Tupinambás os quais não conheciam nada como: estudo, comércio, hierarquia política, domesticidades, nem ricos nem pobres. Exclusivamente não se ouvia mentira, inveja, traição, calúnia, perdão. Montaigne reconhece que de selvagem aquela tribo não tinha nada. Pois selvagem é aquilo que está da mesma forma que a natureza fez, não houve alteração.
Contudo conhecer a nós mesmo não é garantia de conhecer os outros. Para melhor nos conhecermos podemos refletir sobre a experiência dos outros e nos vermos refletidos nelas, mas isso não significa que conhecemos os outros, pois somos