Minha Parte Do Artigo
O filme “os narradores de javé” tem significantes semelhanças com o livro, o filme nos faz refletir nem que seja brevemente sobre o poder da memoria e de tudo o que ela guarda. No filme o povo da pequena cidade de javé tenta através da oralidade, da escrita, e, contudo da memoria, preservar a vida de sua pequena comunidade. Segundo Halbwhacs, as lembranças de um passado, jamais poderiam ser reconstituídas pelo individuo em si, mas sim por uma coletividade, ou seja, as nossas lembranças que muitas vezes supomos serem frutos apenas da nossa memoria, nos são lembradas na realidade por outras pessoas. Os habitantes começam a buscar em sua memoria as lembranças do passado de javé, para assim constituírem a historia da mesma, a tornando um patrimônio histórico. A oralidade nesse momento já não satisfazia tanto o problema de javé, o que resolveria inicialmente o mesmo, seria a escrita, ou seja, a junção das partes daquilo que “passava pela cabeça do povo”. A escrita seria a maneira de acabar com a desconfiança que a memoria e a historia tem entre si. O tempo histórico citado em “A memoria coletiva” é nitidamente visto na problemática de javé. Halbawchs elucida que o tempo histórico é aquele que envolve povos que não tiveram historia ou mesmo passado histórico. Em certa passagem da narrativa de javé, onde é colocado em votação duas histórias para serem escritas no dossiê, onde cada um puxa para seu lado a importância de seus descendentes, minimizando assim o do outro, percebemos de forma clara a importância que o grupo tem ao dar um corpo às memorias, cada um com suas lembranças modifica a historia do outro, acrescenta novas informações, novos elementos. E mais uma vez nessa passagem é comprovada a tese de Halbawchs da extrema importância da coletividade, da memoria coletiva.