midia da educação
Merendeiras, faxineiros, professores, alunos, gestores - todos são responsáveis pela construção da vida escolarTerezinha de Azerêdo Rios*
Gestão Escolar - 07/2012
Terezinha A. Rios é graduada em Filosofia e doutora em Educação
O que dá vida às escolas é o trabalho que nelas se desenvolve e as relações que ali acontecem em decorrência disso. Nesse sentido, as salas de aula são lugares privilegiados, mas é preciso pensar na vida que transcorre fora delas e que está estreitamente relacionada ao que ocorre no seu interior. O papel de secretários, porteiros, jardineiros, serventes, faxineiros, merendeiras e da equipe de manutenção articula-se ao dos gestores, professores e alunos, constituindo parte indispensável e insubstituível do organismo escolar e conferindo àqueles que o executam características de educadores. A especificidade da instituição revela-se nas atividades de todos os que nela trabalham e se relacionam.
Pode-se dizer, de certo modo, que o ambiente escolar é constituído de múltiplas educações. Na comunidade que se forma no interior da instituição e nas relações entre os sujeitos que dela participam, se entrecruzam e se influenciam diferentes saberes e vivências. Por isso, é preciso observar se a ética está presente nessa complexa rede de relacionamentos. Muitas vezes, princípios considerados no vínculo entre "iguais" - aluno-aluno, professor-professor, gestor-gestor - são deixados de lado no contato com os outros membros da comunidade.
Do ponto de vista da ética, a relação é sempre entre iguais: são todos seres humanos, pessoas. Diferentes em seu jeito de ser, na forma como veem o mundo, nas funções que desempenham. Iguais em seus direitos, na sua dignidade. Iguais na diferença - é isso que reclama o princípio ético da justiça.
Gosto de recorrer ao belo poema do dramaturgo alemão Bertolt Brecht Perguntas de um Trabalhador que Lê, que denuncia de forma contundente como tantas vezes não se