MAUSS M
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0 sujeito: ' a pessoa
A indulgência de meus ouvinres e de meus leirores deverâ ser gra nd e, pois 0 assunto é realmente imenso e nao poderei, nesres cinqüenra e cinco minutas, senao vos clar uma idéia da maneira de estudâ-lo. Trata-se de nada menas que de vos explicar COrno uma das categorias do espirito humano - uma dessas idéias que acreditamos inatas - lentamenre surgiu e cresceu ao longo dos séculos e através de numerosas vicissitudes, de ra i modo que ela ainda é, mesm o hoje, fl uruanre, delicada, preciosa. e passivel de maior elahoraçào_É a idéia de "pessoa", a idéia do "Eu"_ Todos a consideram natural, hem definida no fu nd o da Sua pro pria consciênci a, perfei tamenteequip;da no fundo da moral que dela se deduz _ Trata-se de subStituir essa visao ingênua de sua hi sroria e de seu arual valor por uma visào mais precisa.
Urna palavra sobre
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princfpio desse tipo de pesquisa
Corn isso, vereis uma arnostra - talvez inferior ao gue esperais _ dos trabalhos da escola francesa de sociologia. Dedicamo-nos de maneira muiCO especial à historia social das carego ri as do espirito huma no. Tenrarnos exp]ica-l as uma a uma, partindo sî mpl esmente, e prov iso riamenre, da
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lisra da s categorias aristotéli cas. Descrevemos aIgu mas de suas fo rmas em aigu mas civilizaçoes e, por essa comparaçào, busca mos enco ntrar sua natureza fluida, e as razôes de esra ser assim. Foi dessa maneira qu e, ao desenvolver a noçào de mana, Huberr e eu acredita mos encomrar nao apenas 0 fundamenro arcai co da magia, mas também a forma muiw ge-
1. Duas teses da École des Hautes Études ja abo rdararn probJernas dess<l ordem: Charles Le
Coeur '932 e V. Labock '9]2. 2. Hubert e Mauss '9°9 .
raI e provavelmente muita primitiva da noçao de causa; foi assim que
Hubert descreveu algumas caracteristicas da noçao de tempo; que n05so saudoso colega, amigo e discîpulo Czarnowski começou a elaborar e infelizmeme nao terminou - sua teoria do "retalhamento da extensao",