Man Ray
Em 1913, era Man Ray muito novo, chegou aos Estados Unidos uma grande exposição, conhecida pelo nome de Armory Show, que foi como uma revolução na arte daquele país porque dela faziam parte pinturas e esculturas, nunca vistas na América, dos artistas europeus mais inconformistas e rebeldes. Alguns deles são hoje conhecidos em todo o mundo e até tu os conheces: Picasso, o pintor português Amadeu de Sousa Cardoso, Marcel Duchamp, Brancusi e muitos outros. Esta exposição e a amizade que tem com o artista francês Marcel Duchamp, a partir de 1915, e com o fotógrafo americano Alfred Stieglitz, vão marcar toda a carreira de Man Ray. Man Ray tem 30 anos e não gosta da arte que se faz no seu país, os Estados Unidos, no princípio do século XX: considera-a uma arte muito académica, isto é, sem originalidade e muito convencional. Por isso, abandona a sua pátria, onde sempre se sentiu um estranho, e embarca para a Europa. Instala-se em Paris, cidade que o apaixona e onde vive de 1921 a 1940.
Este primeiro período parisiense é apontado como o mais importante da sua carreira, aquele a que correspondem as mais famosas fotografias surrealistas, como Violon d’Ingres, de 1924, as muitas séries fotográficas como, por exemplo, The Tears / As Lágrimas, de 1930 ou os objectos dadaístas mais famosos, como Cadeau, de 1921, Pomme et Vis / Maçã e Parafuso, de 1931, ou, ainda, na pintura, o estudo de decomposição da luz em Revolving doors / Portas giratórias, de 1926. É, de facto, aqui em Paris e nestes anos que Man Ray desenvolve o seu período mais criativo e original.
Entretanto, na Europa, o ambiente político agrava-se, em vésperas da 2ª Guerra Mundia. Há artistas perseguidos e obras de arte destruídas pelo terror nazi. A