Machado de Assis "O Espelho" - Análise

“O Espelho” - Machado de Assis

Enredo:

No conto, um grupo de homens se reúne durante a noite para debater sobre grandes questões da humanidade, filosofando e divagando em pensamentos a respeito de sua existência. Neste grupo, um dos membros se destacava por seu absoluto silêncio, e, ao ser instigado por seus colegas, decide fazer uso da palavra, dizendo que contaria um fato que acontecera em sua vida, contanto que não houvesse réplica, uma vez que não se tratava de teoria ou opinião; apenas algo que servia como exemplo para o tema que debatiam no momento – a alma humana.
“Em primeiro lugar, não há uma só alma, há duas...”
Diz, confundindo todos os presentes. A alma interior é o traço de personalidade, o que se é de verdade, enquanto a alma exterior é a aparência pública, uma máscara social, o modo como se é percebido perante os outros. Diz que as duas almas se completam, e que alguém que perde sua alma exterior vive incompletamente, enquanto alguns outros perdem o total sentido de sua existência.
O homem chamado Jacobina, conta sobre quando tinha seus 25 anos foi nomeado alferes da Guarda Nacional, para a alegria de amigos e família, e inveja de conhecidos que também desejavam o cargo. Tornou-se motivo de orgulho dentro de sua humilde família; eventualmente, uma tia sua convida Jacobina para passar alguns dias em sua casa, algumas léguas de distância. A viúva tia o trata apenas por Sr. Alferes, e Jacobina era tratado tal como uma autoridade, e a grande riqueza da família, um espelho que havia pertencido à realeza, é disposto em seu quarto, em sinal de admiração.
Ocorre um imprevisto, e a tia de Jacobina tem de se ausentar por alguns dias, para ver sua filha, deixando o alferes só em casa, apenas com a companhia dos poucos escravos que possuíam, e que tal como a tia, enalteciam a imagem do alferes, escondendo suas reais intenções – na manhã seguinte, todos haviam fugido.
Jacobina permance só na casa, vivendo como um boneco – mal se alimentava, lendo um