Metodologia em Machado de Assis
Docente: Pedro Caldas
Discente: Maísa Braga
Rio de Janeiro
Março 2013
Este trabalho tem o objetivo de comparar três autores que analisam o mesmo objeto – a obra de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas – sob perspectivas diferentes. São eles: Sílvio Romero, Raymundo Faoro e Roberto Schwarz.
Sílvio Romero
O que diferencia cada um deles é o método utilizado para a análise, onde Sílvio Romero utiliza o método analítico. O primeiro critério heurístico é a definição de leis e generalizações. A definição de brasileiro é a definição das fontes. O trecho: “Nós brasileiros somos faladores, maldizentes, desrespeitadores das conveniências, assaz irrequietos, mas não somos pessimistas, nem nos agrada o terrível desencanto de tudo sob as formas desesperadoras dos nirwanistas a Buda ou Schopenhauer.”¹ mostra o caráter determinista de Sílvio Romero, reafirmando o método por ele utilizado. Romero faz a crítica à obra de Machado de Assis citando massivamente os trechos de “Memórias Póstumas". Para ele, a fonte deve estar presente no corpo do texto. Essa é a forma de garantir a confiabilidade da fonte, assim se obtém a verificação empírica. Em seu trabalho, Romero mostra os perigos da universalização do particular, define as “espécies de pessimismo” e inclui Machado de Assis no pessimismo “só da cabeça, sem grandes raízes, meramente especulativo e sem chegar a tremendas crises que envolvam o coração”². Esse pessimismo de Brás Cubas, identificado como proveniente do pessimismo de Machado de Assis, não é válido para Sílvio Romero. O singular deveria ser uma representação do geral, e nesse caso, o pessimismo não é uma representação da totalidade da sociedade brasileira da época. O meio não permite esse pessimismo, eliminando o nexo causal, que é um elemento fundamental numa análise do método analítico. “(...) a crítica se me antolha também uma questão de arte, como já disse neste mesmo lugar, arte