Líderes como modelos sociais
A cultura de uma organização geralmente apresenta características positivas - ou negativas - diretamente relacionadas ao legado cultural do seu mito organizacional. De fato, a história de vida do herói fundador - ou revitalizador - de uma empresa é traduzida em valores que continuam a ser praticados, na organização, mesmo muito depois que o mito retirou-se da cena real. Nem todos os valores advindos do mito são positivos ou benéficos à organização. Na realidade, sendo o mito organizacional da empresa um produto de sua respectiva época histórica, é natural que alguns dos seus valores pessoais possam estar presos a uma visão de mundo que tenha se obsoletizado. Alguns dos valores advindos de aspectos comportamentais que foram úteis e válidos no passado - autoritarismo, por exemplo - podem desestruturar-se com facilidade num mundo em rápida evolução. Neste caso, a questão que se impõe é como administrar ou como contrapor novos valores ao legado cultural do próprio mito da organização. Este é um dos desafios da gestão da cultura.
Nas empresas familiares brasileiras, não raro o mito organizacional - o fundador - apresentas aspectos ambíguos pois, segundo LODI(9) o empresário brasileiro é um exemplo de contradição: tomador de risco e resistente à mudança. A saída para este dilema deve ser buscada através - da reformatação da maneira de ser e de agir dos chamados modelos sociais vivos da organização. Nas empresas, as pessoas que detém o poder - sucessores, executivos e outros - são os maiores responsáveis pela difusão de uma cultura, através da sua forma pessoal de ser e de agir. A cultura é fantasticamente difundida - e, posteriormente, compartilhada - pela prática e pelo exemplo. A gestão da cultura organizacional pode beneficiar-se muito da existência dos chamados modelos sociais, que pratiquem e expressem valores de uma planejada cultura de alto desempenho.
Neste caso, são valiosas a idéias de BANDURA(10) e sua teoria da