Oceano
Texto de apoio
Paulo Renato Lourenço (2000)
1. INTRODUÇÃO
A liderança é uma das temáticas que mais atenção tem merecido por parte dos investigadores em Ciências
Sociais. Desde o aparecimento dos termos líder (com origem inglesa – leader), que remonta a 1300, e liderança (leadership), cuja emergência ocorreu no Parlamento Britânico na primeira metade do século dezanove, são inúmeros os trabalhos realizados, as perspectivas, enfoques e níveis de análise abordados, bem como as linhas de orientação teórica e metodológica seguidas (cf. Stogdill, 1974; Jago, 1982;
Jesuíno, 1987; Schriesheim & Neider, 1989; Yukl, 1989; Lourenço, 1993).
Este facto reflecte uma profunda diversidade quanto à forma como a liderança é concebida, quanto à sua natureza e aspectos capazes de a definirem. Apesar disso, parece consensual junto da comunidade científica que a liderança é um processo de influência que se associa à capacidade de conduzir o grupo para os seus alvos (Robbins, 1994). Mesmo sendo claro que em qualquer interacção social existe influência mútua, um líder é alguém que, num grupo, influencia a direcção do comportamento de outras pessoas de uma forma determinante. A influência do líder sobre os membros do grupo é superior à que é exercida por aqueles sobre o comportamento do líder. De acordo com Coleman (1969) um líder influencia a direcção de um grupo em quatro diferentes aspectos:
1.
Na estruturação da situação – tornando claro para onde o grupo vai e o que deve ser feito;
2.
No controle do comportamento do grupo – criando e reforçando as regras apropriadas;
3.
Na representação do grupo – agindo como porta-voz e expressando os sentimentos e decisões do
grupo quer no seu interior quer para o exterior;
4.
Na prossecução dos objectivos e no desenvolvimento do potencial do grupo – mobilizando e
organizando os recursos e as decisões do grupo.
2. LIDERANÇA FORMAL E LIDERANÇA INFORMAL
Porque em muitas situações não é