Leitura e escrita
As primeiras representações escritas das crianças buscam imitar o modo de comunicação do adulto, ou o modo de falar vivido pela própria criança. Ela não simplesmente “copia” o adulto, mas tenta acrescentar nos traços as suas experiências, interpretando gradativamente espaços e condições. “Reinventa” o alfabeto segundo suas próprias necessidades e passa por “erros construtivos”. Acaba por construir seu próprio conhecimento para poder se apoderar do conhecimento do mundo. Para Vygotsky, a escrita é uma prática social organizada e vivida pelos membros da sociedade. Através dos signos* ela age sobre os processos sociais em geral e interfere neles. Por ser um advento cultural, ela está do lado de fora exposta dos mais diversos jeitos e vamos, pouco a pouco, nos apoderando disso e internalizando esse conhecimento. As funções sociais são largamente trabalhadas: se escreve para alguém, por um motivo, de algum modo. A mediação* elabora uma lógica de inserção da escrita no contexto infantil, criando condições estimuladoras e conflitos cognitivos.
_ O estudo experimental da construção da escrita pela criança:
Emilia Ferreiro: escrita é objeto de conhecimento constituído de forma evolutiva. (papel ativo do sujeito, elaboração individual)
Vygotsky: produto cultural pelo qual a criança se integra às relações sociais. (processo desenvolvido entre sujeitos e em cada sujeito, processo de simbolização compartilhado entre o experimentador e a criança)
(O restante do texto desenvolve uma pesquisa de representação escrita das crianças e da leitura desempenhada por elas desse material. Há exemplos das formas de diferenciação, no período pré-silábico, e da fonetização da escrita no período silábico ao alfabético.)
_ Cadernos escolares: como e o que se registra no contexto escolar?
O caderno escolar se insere num contexto de “espaço” de promoção da escrita, mas um espaço demarcado, com margens, linhas e “regras” para ser preenchido. A