O desenvolvimento da sociologia no brasil
Florestan Fernandes diz que a Sociologia deve ser encarada e analisada como um fenômeno histórico-cultural. Ele diz também que há “um duplo condicionamento do conhecimento sociológico”, ou seja, “De um lado, a explicação sociológica pressupõe certa intensidade e coordenação dos efeitos produzidos por processos sociais, na esfera da secularização das atitudes e na da racionalização dos modos de compreender a existência humana ou o curso dos eventos histórico-sociais. De outro, a pesquisa e o ensino da sociologia exigem um complexo suporte institucional e estrutural, que se formou e se desenvolveu, nas sociedades européias e nos Estados Unidos, em conexão com a formação e o desenvolvimento da ordem social capitalista. As duas conexões indicadas são índices de que o aparecimento e o florescimento da sociologia, nos tempos modernos, se vinculam a necessidades intelectuais de explicação do comportamento humano do mundo, que possuem uma origem histórico-social e o sentido de uma mudança cultural”.[1] No Brasil, a sociologia foi recebida como “novidade” intelectual, simultaneamente à sua criação na sociedade européia. Segundo Florestan, “(...) a sociologia reponta nos escritos dos autores brasileiros quase que paralelamente à divulgação da obra de Comte e de outros pioneiros do pensamento sociológico”.[2] Ele destaca que o desenvolvimento da reflexão sociológica no Brasil pode ser dividido em, basicamente, três épocas distintas:
“A primeira época se caracteriza pelo fato dominante de ser a sociologia explorada como um recurso parcial e uma perspectiva dependente de interpretação.
A segunda época se caracteriza pelo uso do pensamento racional como forma de consciência e de explicação das condições histórico-sociais de existência na sociedade brasileira.
A terceira época se caracteriza pela preocupação dominante de subordinar o labor intelectual, no estudo dos fenômenos sociais, aos padrões de trabalho científico