Leitura sensorial

Leitura sensorial
A visão, o tato, a audição, o olfato e o gosto podem ser apontados como os referenciais mais elementares do ato de ler. (pág.40)
[...] não se trata de uma leitura elaborada; é antes uma resposta imediata às exigências e ofertas que esse mundo apresenta; relacionando-se com as primeiras escolhas e motiva as primeiras revelações. (pág.40)
[...] leitura sensorial começa, pois, muito cedo e nos acompanha por toda a vida. (pág.40) [...] E através dessa leitura vamo-nos revelando também para nós mesmos. (pág.41)
A leitura sensorial vai, portanto, dando a conhecer ao leitor o que ele gosta ou não, mesmo inconscientemente, apenas porque impressiona a vista, o ouvido, o tato, o olfato ou o paladar. (pág.42)
Antes de ser um texto escrito, um livro é cheiro objeto; tem forma, cor, textura, volume, cheiro. Pode-se até ouvi-lo se folhearmos suas páginas. (pág.42)
[...]o livro, esse objeto inerte, contendo estranhos sinais, quem sabe imagens coloridas, atrai pelo formato e pela facilidade de manuseio [...](pág.43)
[...] o universo escondido num livro vai estimulando na criança a descoberta e aprimoramento da linguagem, desenvolvendo sua capacidade de comunicação com o mundo [...](pág.43)
Melhor do que qualquer tentativa de explicar isso é buscar é buscar novamente o relato de Sartre: “Eu não sabia ainda ler, mas já era bastante esnobe para exigir os meus livros ... [...](pág.43)
Já os adultos tendem a uma postura mais inibida diante do objeto livro. Isso porque há, sem dúvida, uma tradição de culto a ele. (pág.44)
A casa onde se encontra uma estante com muitos livros por si só já conota certo refinamento de espírito, inteligência, cultura de seus moradores. (pág.44)
[...] mesmo que esses livros jamais sejam manuseados, sua simples presença física basta para indicar sabedoria. (pág.44)
Diante de tal poder – a simples posse do objeto livro pode significar erudição; sua leitura à salvação os incrédulos [...] ou construir a loucura [...](pág.45)